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segunda-feira, 26 de setembro de 2005
Mitos

Todo mito termina com uma situação embaraçosa. Natural que seja assim, afinal de contas não é fácil se desvencilhar de um. Até hoje me lembro quando descobri a verdade sobre o coelhinho da páscoa. Trágico, continuo comendo chocolate, mas todo aquele lance que envolvia redigir a cartinha para o coelhinho, a ansiedade do dia anterior, acordar cedo para procurar os ovos, competir com a minha irmã para ver quem achava os maiores...perdeu o sentido. Principalmente quando anos mais tarde, eu mesmo disputava no tapa os últimos ovos nos supermercados lotados.
Papai Noel foi igual, lembro que sempre passávamos o Natal no rio, na casa dos meus avós. Preparávamos as meias, cartinha, visitava todos os shoppings para garantir que o barbudo não ia me esquecer e ficava a noite inteira tentando adivinhar a hora em que ele apareceria. Um belo Natal minha irmã me acordou para espiar a porta com ela. Flagramos meu avô de pijamas e meias colocando os presentes em volta da árvore, armando todo o esquema. Daí em diante o Natal se transformou em amigo-secreto, aaargh!
Não tem jeito, mito sempre termina assim.
No entanto, pior do que mitos que te contam, são os mitos que você cria. Aqueles que por coincidências ou seqüências repetitivas de eventos, te causam a sensação de que alguma coisa é verdade. Afirmo que são piores porque ninguém te conta que eles não existem até que um dia você se dá conta do ingênuo que foi toda sua vida, ou vive cheio de manias por toda sua miserável existência.
Em minhas épocas púberes a escolha da cueca tinha um caráter completamente esotérico. Eu acreditava que o êxito da minha noitada como macho tinha uma correlação direta com a cueca escolhida. Sou mais normal do que vocês imaginam. Cueca para mim tem que ser samba canção do tipo que tenha uma abertura na frente para que eu possa urinar sem ter que fazer malabarismos com o meu pau, por favor. Sim, deixemos o moralismo de lado, porque pênis é papo de urologista. A cor é o foda-se, pode variar de desenho de toalha de mesa, até desenhos indianos. Aliás, eu tinha uma cueca muito parecida com aquele plástico quadriculado que encapava meus livros quando guri.
Após algum tempo de observação, você se dá conta que algumas cuecas lhe proporcionaram maior êxito, as chamadas “cuecas-foda-certa”, e outras nem tanto. Estas últimas serão utilizadas para classes de piano, ou para exame de sangue, ou seja, são neutras, são apenas e tão somente cuecas.
Dentre as “cuecas-foda-certa” você ainda tem as titulares e as de treino. A titular é aquela quando você está jogando para ganhar, uma pretê no terceiro encontro, por exemplo. Já as de treino são úteis quando o evento é uma incógnita ou uma preparação para o embate. É bom lembrar que dependendo dos resultados obtidos, uma cueca treino pode vir a tornar-se uma titular, basta apenas que ela supere as expectativas do evento.
Muito bem, então você já sabe, está querendo se divertir, coloca aquela cueca certa e a noite está garantida. O problema é que dependendo da velocidade da sua ajudante doméstica, você pode ficar sem sua “cueca-foda-certa” na noitada de sábado. Você já sai de casa cabisbaixo, desanimado, derrotado e a noite ainda nem começou. Pode até ser que você logre sucesso sem ela, mas é como ser autodidata em cítara ou ser capaz de chupar o próprio cotovelo, é complexo.
Entretanto acredito que esse mito também seja falso, como Papai Noel e o coelhinho da páscoa, você é quem faz a situação. Se fé move montanhas imagine o seu tesão do que é capaz. Prefiro poupar-me das explanações de como cheguei a esta conclusão, porém acredito que esse mito sirva apenas para te proporcionar maior confiança no território “inimigo”. Contudo, se você tem logrado bons resultados, conserve seu mito, afinal de contas, mitos que geram retornos devem permanecer vivos, pergunte para a gravadora Sun Records se Elvis morreu.
por Murillo @ 3:04 AM  
6 tomates:
  • Às 4:23 PM, Anonymous Anônimo arremessou…

    Só um pequeno comentário um pouco até homosexx:
    Cara, to achando que a gente tem algum tipo de conexao cosmica. Em relaçao ao texto Expectativa, gostaria de relatar que ha duas semanas retirei os meus queridos e tao bem cultivados dentes do ciso. Ainda cuido dos ferimentos provocados por tal procedimento, mas que na verdade nao é 1/10000 dos problemas que pensei que a retirada de uma parte importante do meu maxilar iriam causar.
    Agora, em relaçao ao texto dos Mitos, meu amigo, to preocupado. Tenho uma cueca vermelho-paixao ha 5 anos. Em todos os finais de ano, no reiveillon, la esta minha querida segurando minhas partes intimas enquanto eu pulo de felicidade com uma taça de champanhe na mao vendoos fogos de artificio na praia. E finalmente, nao há uma "foda-certa" que nao venha acompanhada da minha querida Bad-boy preta. É meu amigo, dessa vez vou fazer ouvido gordo para seu texto. Fico com meu mito mesmo.

     
  • Às 11:13 PM, Anonymous Anônimo arremessou…

    Realmente, essa resposta acima quebra outro mito que todo Paulista e' macho

     
  • Às 7:26 AM, Anonymous Anônimo arremessou…

    Pois eu insisto em acreditar no papai noel. O rapaz fica lá na Lapõnia só gerenciando os negócios da firma. Afinal, terceirizar é a tendência desse mundo moderno.
    Quanto as cuecas, eu tinha uma que trazia-me boas recordações. Até ganhar um pacote com mais três idênticas. Agora nada mais faz sentido.

     
  • Às 2:26 AM, Anonymous Anônimo arremessou…

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  • Às 2:27 AM, Anonymous Anônimo arremessou…

  • Às 2:27 AM, Anonymous Anônimo arremessou…

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quando: pôrra, eu sei lá!
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